O Islã dignifica as mulheres, as protege e preserva. Por sua vez, a cultura judaico-cristã predominante no mundo ocidental mercantiliza as mulheres, as transforma em meros objetos de prazer, as coisifica. Essa é uma afirmação que comumente pode ser ouvida de muitos lideres políticos e religiosos no Islã, mas também de fieis muçulmanos “comuns”. Muitos autores, entre eles autores ocidentais, dizem que as regras sobre vestimenta, como uso da burca ou do hijab (véu), ou as regras corânicas sobre o divórcio e a herança beneficiam as mulheres muçulmanas.
Mas será que está é mesmo a verdade? Será que a forma como as mulheres são tratadas no Islã revela um profundo zelo e cuidado por elas?
De fato, algumas passagens do Corão tratam especificamente das mulheres e da forma como o profeta Maomé entendia, ou melhor, como Allah o havia ordenado, por meio das revelações dadas a ele pelo anjo Gabriel, que as mulheres fossem tratadas por seus maridos e familiares.
Segundo o Corão, os homens podem se casar com até quatro esposas, como prevê a Sura 4:3. O Profeta Maomé, segundo concessão especial que lhe teria sido concedida por Allah, prevista na Sura 33:50, casou-se 11 vezes. Ainda, em muitas culturas islâmicas é possível o casamento de homens adultos com crianças, seguindo o exemplo do profeta que teria se casado com uma menina de 9 anos de idade, de nome Aisha.
Ainda com relação ao assunto casamento, o Corão prevê na Sura 4:43, que os maridos podem castigar suas esposas, inclusive com o uso da força física, caso entendam que as mesmas estejam sendo desobedientes. O livro Sagrado traz também muitas outras regras sobre o tratamento para as mulheres em diversas áreas. Por exemplo, pelo Corão, o direito a herança de um homem será o dobro do quinhão dado a suas irmãs mulheres, como se vê na Sura 4:11. O testemunho de um homem vale o dobro do testemunho de uma mulher, como prevê a Sura 2: 282.
Assunto ainda mais controverso no Corão seria a possibilidade de que muçulmanos tivessem escravas para uso sexual. Tal tema aparece nas Suras 23:5-6; 33:50; 70:22-30, 4: 24. Algumas destas Suras tratam da permissão que era dada por Maomé aos seus companheiros de batalha que escravizassem e tivessem relações sexuais com as mulheres de tribos ou povos vencidos durante as batalhas. Essa prática ainda ocorre hoje em meio a grupos jihadistas muçulmanos como o Estado Islâmico, que tem sequestrado e escravizado mulheres e crianças principalmente na Síria e Iraque. O Boko Haram, grupo que atua na Nigéria, tem entre suas práticas frequentes o sequestro de meninas cristãs que se tornam escravas sexuais dos militantes do grupo.
Além de todas estas previsões corânicas, ainda há outros ensinamentos sobre as mulheres nas tradições islâmicas. Podem ser encontradas previsões que garantem, por exemplo, que enquanto os homens muçulmanos terão direito a belas virgens ao chegar ao paraíso, as mulheres sequer têm esperanças de entrar nele, já que o profeta Maomé foi claro ao dizer que as mulheres em sua maioria não herdariam o paraíso, mas iriam para o inferno.
Todos estes exemplos previstos no Corão e nas tradições islâmicas mostram que a cosmovisão muçulmana parte do princípio de que homens são superiores as mulheres e por isso possuem direitos sobre elas. Por sua vez, esta cosmovisão se reflete na forma como as mulheres são tratadas em muitas culturas e países muçulmanos. No Afeganistão, por exemplo, mulheres são proibidas de estudar e trabalhar, são obrigadas a vestir burcas, se casar com homens bem mais velhos e suportar todo tipo de violência física e emocional.
Essa situação, é claro, se repete em diversos outros países de maioria muçulmana. Quem nunca ouviu falar de Malala, paquistanesa, que em 2012, com apenas 15 anos de idade, foi alvejada, com um tiro na cabeça, por Talibãs (grupo radical que domina alguns países muçulmanos) apenas por querer frequentar uma escola?
A primeira questão a ser levantada é: quantas Malalas não conhecemos? Quantas mulheres muçulmanas não são oprimidas e humilhadas todos os dias em suas casas e em suas sociedades, sem que saibamos de sua existência? Quantas injustiças são cobertas pelo véu?
A segunda questão é: será mesmo que o Islã dignifica e enobrece suas mulheres? Ou não se trata apenas de retorica vazia, que, na prática, encobre a real e triste situação das mulheres muçulmanas?
Mas talvez, a questão mais importante a ser feita é: o que vamos fazer a respeito disso? Esse pode ser o questionamento de muitas muçulmanas. Ate quando? Até quando essa triste situação perdurará?

Fontes:

G1
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