O Hamas é considerado um dos mais importantes grupos de cunho fundamentalista islâmico situado na Palestina. A sigla em português pode ser entendida como Movimento de Resistência Islâmico. No idioma árabe, o vocábulo Hamas tem o significado de “cordialidade, calor, ardor e entusiasmo”.

Sua origem remonta ao ano de 1987 e seus criadores foram Mohammad Taha, Abdel Aziz al-Rantissi e Ahmed Yassin. Este grupo deriva, na verdade, da Irmandade Muçulmana, outro grupo fundamentalista islâmico, fundado no Egito em 1928.
Os fundadores do Hamas constituíam a ala Palestina da Irmandade Muçulmana e criaram o grupo logo no início da Primeira Intifada, ocorrida em 1987, e que pode ser denominada como a manifestação da população da Palestina contra a ocupação de Israel, através de atos de desobediência civil e violência generalizada, com o uso de paus, pedras, fogo, bombas caseiras, etc. Desde o início deste conflito o Hamas assumiu a liderança instigando os tumultos, que se tornaram um novo estilo de vida na nação de Israel e territórios ocupados.

Já em 1988, o Hamas instituiu seu Estatuto, no qual descrevia suas premissas ideológicas, seus fins e objetivos. O lema do movimento pode ser encontrado no art. 8 do Estatuto, que diz o seguinte: “Alá é a finalidade, o Profeta o modelo a ser seguido, o Alcorão a Constituição, a Jihad é o caminho e a morte por Allah é a sublime aspiração.” O objetivo do grupo sempre foi o de estabelecer, por meio da jihad, em nome de Allah, um Estado palestino abrangendo toda a Palestina histórica.
Apesar de se denominar um movimento universal de resistência islâmica, que busca guerrear contra os infiéis em toda parte do mundo e que rechaça toda a cultura ocidental, principalmente americana e europeia, como demoníaca, seu principal objetivo sempre foi a jihad contra o que eles denominam de “invasão sionista”. Assim, o Hamas prega a criação de um Estado Palestino Islâmico independente e, portanto, a extinção do estado de Israel.

O Hamas não reconhece o Estado de Israel como nação e sustenta que a Palestina é um território de Wakf, (legado hereditário) para todas as gerações de muçulmanos. Segundo preconizam os membros do Hamas, esse é o status legal da terra da Palestina de acordo com a Lei Islâmica. Para eles, quaisquer terras que os muçulmanos tenham conquistado pela força, eles as consagraram, à época da conquista, como legado hereditário para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição.
O Estatuto do movimento preconiza ainda, em seu art. 6, que em cada centímetro da Palestina somente “sob as asas do Islã, seguidores de outras religiões poderiam todos viver salvos e seguros em suas vidas, propriedades e direitos; porque na ausência do Islã, a discórdia surge, a injustiça se espalha, a corrupção brota, e acabam existindo conflitos e guerras”. Desse modo, o grupo deixa claro seu objetivo de subjugar qualquer povo residente na Palestina que não creia em Allah, notadamente os cristãos e judeus.

Tendo por base tais objetivos, o Hamas, que segue a vertente sunita do Islã, constitui-se de uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado, denominado deas BrigadasIzzad-Dinal-Qassam. O movimento criou uma vasta rede de assistência social na Cisjordânia e na Faixa de Gaza para ganhar popularidade na sociedade palestina estabelecendo hospitais, escolas, bibliotecas e outros serviços.

Como partido político, o Hamas liderou dois governos sucessivos da Autoridade Palestina. Chegou ao poder na Palestina no início de 2006, quando foi o grupo vencedor das eleições do Parlamento, totalizando 76 de um total de 132 assentos no governo palestino.

Por sua vez, as primeiras ações armadas do Hamas ocorreram com o início da Primeira Intifada. Com o tempo, suas ações passaram a ter como alvo tanto os militares como os civis israelenses, tendo tal grupo assumido publicamente a autoria de diversos ataques suicidas no território de Israel. Em virtude disso, vários países como Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Japão, Israel e Canadá, afora outras nações que compõe a União Europeia, consideram o Hamas como um grupo de caráter terrorista.

Apesar de ter negociado um cessar fogo sobre Israel em 2006, o Hamas e seus integrantes ainda são responsáveis por uma série de atentados contra o Estado de Israel, com disparos de foguetes e sequestros, que por sua vez são rechaçados pelo governo Israelita com novos ataques, na busca de prender e matar os integrantes deste grupo, deixando um rastro de violência e morte de ambos os lados e tornando o ambiente na Palestina instável e perigoso, principalmente para a população civil que se encontra no meio do conflito. Esses são os atos de violência e ataques que ceifam tantas vidas todos os dias, de judeus, muçulmanos e cristãos e que geram tantas tragédias na região da Palestina, como vemos em nossos noticiários locais diários.

BIBLIOGRAFIA:
– ESTATUTO DE FUNDAÇÃO DO HAMAS – encontrado em: http://www.beth-shalom.com.br/artigos/estatuto_hamas.html;
– YOUSEF, Mosab Hassan. Filho do Hamas. Rio de Janeiro, sextante, 2010;
– http://www.infoescola.com/islamismo/hamas/;
– https://pt.wikipedia.org/wiki/Hamas;

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