Na religião islâmica, todos os muçulmanos têm práticas obrigatórias que são deveres fundamentais para se alcançar a recompensa e fugir do castigo de Allah, podendo assim alcançar a vida eterna no paraíso. Tais práticas são frutos do aprimoramento dos ensinos do Alcorão e do profeta Maomé, conhecidos como os pilares do Islã.
O primeiro pilar é recitar o credo do Islã (Shahada: testemunho de fé) – “Allah é o único Deus e Maomé é o seu profeta”. Uma pessoa se torna muçulmana simplesmente fazendo esta declaração que é repetida nas cinco chamadas para a oração em toda mesquita.
O segundo pilar é a oração (Salat). As orações são seguidas de certas posições do corpo direcionado à Meca, a cidade sagrada onde fica à Caaba (o antigo local de adoração construído por Abraão e seu filho Ismael), feitas 5 vezes ao longo do dia (Ao alvorecer; Depois do meio-dia; Entre o meio-dia e o pôr-do-sol; Logo após o pôr-do-sol; Aproximadamente uma hora após o pôr-do-sol.). Tais orações contêm versículos do Alcorão e são recitadas sempre em árabe, a língua da revelação e pode ser feita na mesquita ou onde estiver, desde que o local esteja limpo, sendo as sextas-feiras o dia da semana para a adoração comunitária na mesquita, liderada por um líder ‘Imame’. Todas as recitações e movimentos expressam submissão, humildade e reverência a Deus.
O terceiro pilar é a caridade compulsória, dar esmolas aos pobres (Zakat). É feito um cálculo do rendimento de seu capital anual e daí extrai 2,5%, que serão empregados no patrocínio de obras sociais e auxílio aos muçulmanos menos favorecidos. Também é conhecido como ato de purificação contra a ganância ao dinheiro.
O quarto pilar é o jejum no mês do Ramadã (Sawn). Esse jejum comemora a primeira revelação do Alcorão recebida por Maomé no ano de 610 e é feito durante 30 dias, permitido comer somente a noite e dando início ao jejum assim que o sol nasce. Esse período os muçulmanos se abstêm de comida, bebida e relações sexuais.
O quinto pilar é a peregrinação (Hajj). A peregrinação é feita à Caaba, encontrada na cidade sagrada de Meca na Arábia Saudita, considerada pelos muçulmanos como a ‘Casa de Deus’, acreditando que os rituais de peregrinação realizados hoje são exatamente como foram feitos por Abraão, e depois dele pelo profeta Maomé. Todo muçulmano que possuem condições físicas e financeiras para fazê-la, tem que realizar esse pilar pelo menos uma vez na vida. A peregrinação serve como uma penitência – o perdão supremo para pecados, devoção e intensa espiritualidade.
O sexto pilar é a “guerra santa” (Jihad). Esse pilar tem se tornado bastante conhecido nos dias atuais por servir como base para os atentados terroristas. Há dois tipos de Jihad que dividem o pensamento dos muçulmanos: A Jihad maior que envolve a luta cotidiana de cada um dos fiéis contra as tentações do mundo, e a Jihad menor, a luta material contra o inimigo, na forma defensiva e ofensiva, com o objetivo de proteger e expandir o Islã no mundo. Os grupos terroristas se apropriaram do Jihad menor e vem apresentando ameaças para com a legitimidade de outros governos, sendo islâmico ou não.
Bibliografia
ANKERBER John; WELDON John; BURROUGHS Dillon. Os fatos sobre o Islã. 1º ed. Actual Edições. Porto Alegre, 2012. 96 p.
NAPOLEONI, Loretta. A Fênix Islamita: O Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio.1º Ed. Betrand Brasil. Rio de Janeiro, 2015. 154p.