Por Vanessa Miranda

Jesus Cristo é uma das figuras centrais das duas maiores religiões monoteístas do mundo, o Cristianismo e o Islamismo. Ambas as religiões têm muito a dizer sobre a pessoa e a obra de Jesus. Porém, o que muita gente não sabe é que as visões das duas religiões sobre a pessoa de Jesus Cristo, e sua obra, divergem e muito!

Começando pela visão islâmica sobre Jesus, ou como é reconhecido no Islã, ISSA (nome provavelmente copiado do termo siríaco para Jesus, que seria “Iessús”), veremos que Ele é aclamado, reverenciado e amado pelos muçulmanos como sendo um de seus maiores profetas, menor em prestígio apenas que o profeta Maomé.

Jesus é visto no Islã como um dos maiores profetas de Allah, que lhe revelou o Injil (evangelho, em árabe). No Corão, ele é mencionado em 15 das 114 Suras, com cerca de 93 menções. O Corão fala do nascimento virginal de Jesus, sendo Maria sua mãe (suras 19:16 a 23 e 29 a 33). Menciona também diversos milagres atribuídos a Ele, como restaurar vista aos cegos, curar leprosos e ressuscitar mortos (sura 3:49).

Ainda, o texto sagrado islâmico afirma que Jesus jamais cometeu pecado (suras: 3:46 e 19:19), bem como lhe atribui uma série de títulos de honra, como “a pura verdade” (sura 19:34) e Messias (suras 3:45, 4:71, 5:19, 9:30).

Talvez, então, algum desavisado poderia ler tais versos e dizer que, afinal, a figura de Jesus Cristo retratada no Corão não difere tanto assim do Cristo dos evangelhos presentes no Novo Testamento. Bom, nada pode estar mais longe da verdade, pois a despeito de algumas semelhanças, cabe dizer que o Corão traz muitas afirmações sobre Jesus, que distam e muito do conteúdo bíblico.

No Corão, Jesus não passa de mais um dos profetas de Allah, não sendo considerado divino sobre hipótese nenhuma. O ISSA do Corão fala ainda bebê, justamente para afirmar sua qualidade de mero mensageiro ou profeta (sura 19:29 a 33). Aliás, um dos maiores pecados no Islã é o fato de se atribuir parceiros a Deus, sendo extremamente grave crer ou mesmo afirmar a existência da trindade (sura 31:13). O Corão nega também a crucificação de Cristo (sura 4:157), bem como a ressurreição e o fato de que Cristo seja o salvador enviado por Deus Pai ao mundo para resgatá-lo.

Por outro lado, o testemunho das escrituras sobre Jesus Cristo, com base principalmente no Novo Testamento, mas também na reinterpretação das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento, feita pelos autores neotestamentários, afirma clara e categoricamente a divindade do Cristo.

Ao contrário do Corão, que traz poucas informações sobre a vida e o ministério de Jesus, o Novo Testamento fornece relatos detalhados, oriundos de testemunhas oculares sobre a vida e os ensinos de Jesus, presentes nos 4 Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.

São diversos relatos de curas e milagres, mas também registros do que Jesus dizia a cerca de si mesmo e suas afirmações sobre ser o Messias esperado e ser um em essência com Deus partilhando sua divindade, ao atribuir a si mesmo o título de Yahweh, “Eu Sou”, usado por Deus para se definir no Antigo Testamento (João 8:51-59, Êxodo 3:14).
A deidade de Jesus é afirmada ainda em diversas passagens do Novo Testamento, tais como João 1:1-2, 1:18, 17:3-5, Mateus 1:23, Atos 20:28, Romanos 9:5, Colossenses 2:2, Tito 1:13, I Timóteo 1:17, Hebreus 1:8, II Pedro 1:1, dentre inúmeras outras passagens.

Do mesmo modo, os 4 Evangelhos trazem relatos sobre crucificação, morte e ressurreição de Cristo, afirmando categoricamente que o mesmo se deu em nosso favor, para a remissão de nossos pecados, nossa salvação, nossa aceitação como filhos de Deus, nossa justificação e santificação. Como bem resumido pelo próprio Senhor Jesus Cristo, em João 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna..

De modo semelhante, afirma o apóstolo Pedro, em Atos 4:12 que “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”.

Diante de testemunhos tão dispares a respeito do mesmo personagem histórico, cabe nos perguntarmos qual dos relatos é de fato verdadeiro? Qual é amparado por bases históricas e fundamentos confiáveis? Afinal, Cristo é ou não o Deus Encarnado? Essa é a pergunta mais importante que podemos nos fazer, pois ela definirá não apenas nossa existência nesta terra, mas toda a nossa eternidade.

Sobre isso, cabe ressaltar que o Corão foi escrito mais de 600 anos após a vida e morte de Jesus Cristo, em um local bem diferente de onde Ele viveu, já que o Corão foi escrito na Arábia e Cristo viveu em Israel, numa língua diversa da que Jesus falou, já que o Corão foi escrito em árabe e nos tempos de Jesus se falava o grego e o aramaico. Ainda, as versões corânicas sobre a morte na cruz distam dos relatos de testemunhas extrabíblicas que viveram próximas aos eventos e atestam que Jesus foi crucificado sob Pôncio Pilatos (Flavio Josefo, Plinio, Tácito).

Por outro lado, os relatos bíblicos são baseados nos dados fornecidos por testemunhas oculares, pessoas que conheceram e conviveram com Jesus, e registrados pouco tempo depois dos eventos (cerca de 30 anos depois), quando muitas das testemunhas ainda viviam. Foram escritos numa língua falada e conhecida por Jesus (grego) e nas regiões onde Ele viveu, morreu e ressuscitou.

Diante das evidências históricas, fica o convite mais que urgente a que se busque conhecer quem de fato é Jesus. Essa é a questão que Ele mesmo fez aos seus discípulos e que ecoa até nós hoje: “Quem dizem os homens que eu sou? E eles responderam: João o Batista; e outros: Elias; mas outros: Um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou?(Mc. 8:27-29).

Que nossa resposta seja como a de Pedro: “Tu és o CRISTO, o filho do Deus vivo!

Bibliografia:
Matérias 2, 3 e 4 da Universidade Missão Mundo Muçulmano.
Alcorão
Bíblia Sagrada

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