De modo geral a igreja global tem negligenciado a responsabilidade de cumprir a grande comissão e fazer o nome de Cristo conhecido entre todas as famílias da terra. Contudo, quando olhamos especificamente para os muçulmanos a desmazelo chega ser alarmante.
O islã é o maior desafio da igreja mundial na atualidade, sendo categorizado como o maior bloco não alcançado. 1,3 bilhão de muçulmanos compõem 2.821 dos grupos menos alcançados. Ainda assim apenas 1% dos missionários é enviado ao mundo muçulmano.
Dados da negligencia:
– Os muçulmanos representam hoje 23, 1% da população mundial com projeções de chegar a mais de 30% até 2050;
– A igreja envia o menor número de missionários para o mundo muçulmano e a maioria não é treinada;
– Há apenas um missionário para cada 420 mil muçulmanos;
– A cada 24 horas 37 mil muçulmanos morrem sem ouvir o Evangelho;
– 90,1% dos missionários concentram-se no mundo cristão (incluindo nominais).
Dificuldades no envio de missionários ao mundo muçulmano:
Diante de dados estarrecedores podemos refletir sobre quais seriam as principais causas da desigualdade no envio de missionário ao mundo muçulmano e da falta de investimento nessa parcela preciosa da recompensa do cordeiro:
• Desconhecimento da igreja em relação à grande comissão
Este é um fato triste, porém verdadeiro: uma parcela significativa dos cristãos sequer ouviu falar em “grande comissão” ou entende a necessidade e urgência de pregar o evangelho do Reino até os confins da terra. A maioria não reconhece os textos “clássicos” sobre a grande comissão ( como Mateus 28.18-20) e não compreendem que esta foi uma ordenança de Jesus para nós como seus discípulos.
• Ignorância em relação ao avanço do islã do mundo
Grande parte dos cristãos desconhece as crenças, funcionamentos e ideologia do islã. Não sabem de sua natureza missionária e expansiva, são ainda incapazes de fazer uma ligação entre os fatos históricos que vem sendo noticiados e avanço da religião de Alah.
• Ausência de preparo especifico para atuar entre os muçulmanos
Ser missionário num contexto islâmico requer mais treinamento teológico básico, antropológico e social. É necessário estudar apologética, o Corão e as tradições islâmicas, ter uma profissão e um título (algo valorizado nas culturas islâmicas), aprender sobre a organização politica dos Estados Islâmicos, aprofundar-se na cultura e modo de vida do povo para o qual pretende ser enviado. Enviar um missionário sem um treinamento apropriado é expô-lo a riscos altíssimos, inclusive, o risco de converter-se ao islã.
• Medo da perseguição
A maioria dos muçulmanos encontra-se em países no topo da escala de perseguição religiosa. Desse modo, na mentalidade comum, ser enviado ao mundo muçulmano é assinar seu próprio atestado de óbito.
• Crenças infundadas sobre os muçulmanos
Há, por parte de muitos, a percepção de que os muçulmanos são inalcançáveis; não importando o esforço que se faça. Eles seriam inconvertíveis, quando na verdade, o que há é pouco investimento por parte da igreja nesse seguimento de povo.
• Visão pragmática e imediatista
A visão ocidental tem prejudicado o envio de missionário a essa parcela do mundo, pois, não há uma cultura de preparo e envio sólida. O treinamento de um obreiro eficaz leva anos e seus primeiros frutos no campo podem demorar muito mais que seus anos iniciais de preparação. Infelizmente, a igreja ocidental não parece pronta para apoiar e sustentar seus missionários enquanto esperam o fruto, penoso, de seu trabalho. A busca por números e quantificação de dados é um dos fatores de maior entrave, corte de sustento e desanimo no campo missionário.
• Falta de amor à causa de Cristo
Este é o pior item, o mais crucial e sustentador de todos os outros listados. No coração da questão o que nos falta é um conhecimento pleno da obra redentora de Cristo, do plano de salvação global. Nos falta uma paixão inflamada por ver seu nome sendo adorado por todos os povos. Falta o amor e a abnegação que o próprio Cristo teve pelo plano do Pai (João 4.34). Quando o amor por Cristo for o que guiar nossos passos enquanto discípulos nenhum sacrifício ou renuncia será demais; bastará a nós sermos como nosso mestre (Mateus 10.25), e Ele não nos pede nada que Ele mesmo já não tenha feito.
Fonte: Joshua Project http://joshuaproject.net/global_list?listtype=religions