Por Axel Wandreus
Maomé (Mohamed em árabe), segundo a tradição islâmica, nasceu no dia 8 de junho, por volta de 570 d.C., na cidade de Meca, que fica situada na península arábica, atual território da Arábia Saudita, localizada, à época, ao sul dos impérios Persa e Romano. Essa região era habitada por nômades e pastores de gado peregrinos e constituída por uma sociedade tribal. Nessa cidade, havia um santuário chamado “Kaaba”, que abrigava cerca de 360 ídolos. No entanto, havia, também, algumas seitas cristãs monoteístas como os Monofisistas Sírios, os Nestorianos Persas e Judeus. Esse ambiente influencia boa parte da religião islâmica, visto ter sido onde Maomé cresceu.
Algumas tradições islâmicas relatam que há milagres diretamente ligados ao nascimento de Maomé, dentre eles, a história de que quando Maomé nasceu brilhou uma luz que saía dele com tanta intensidade que sua mãe pôde ver iluminados os castelos de Barsa e a Síria, que ficavam muito distantes. Outros relatos dizem haver profecias quanto ao ministério profético de Maomé.
Maomé era filho de Abdullah (que significa servo de Allah) e de Amina, ambos membros da tribo Coraixita. Abdullah morreu quando Maomé tinha apenas 3 meses de idade, segundo algumas tradições, mas há relatos que divergem quanto a isso. Sua mãe morreu quando ele tinha 6 anos, também segundo a tradição. Por ter ficado órfão, Maomé passou a viver com seu tio Abu Talib.
Abu Talib era um pobre comerciante e viajava juntamente com Maomé, ainda adolescente, pelas rotas de comércio da região central da Arábia. Maomé trabalhava como condutor de camelos e como ajudante do líder das caravanas. Em uma dessas viagens, ainda jovem, Maomé, mesmo analfabeto (segundo algumas tradições), foi contratado por uma viúva rica, chamada Khadijah, tornando-se seu comerciante ao norte, na Síria.
Aos 25 anos, Maomé experimentou uma mudança extrema em sua vida ao casar-se com Khadijah, que na época tinha 40 anos. Maomé teve 6 filhos com ela, dos quais todos, com exceção de Fátima, morreram. Maomé passou a gozar das posses e do nome de Khadija, tornando-se rico e um proeminente membro da associação Mercadante de Meca, sendo chamado, inclusive, de “Al-Amin” – O digno de confiança. No entanto, Maomé não possuía nenhuma expressão em Meca.
Neste período, Maomé, que tinha um caráter muito religioso, se retirava durante um mês a cada ano para o monte Hira, nas imediações de Meca. Esse era um costume religioso pagão praticado na época de “jahilyya” ou “período de ignorância e trevas religiosas”. Então, com 40 anos, em 610 d.C., em um desses retiros em Hira, enquanto se encontrava em uma caverna, segundo as tradições islâmicas, ele teve uma visão do suposto anjo Gabriel (Jibril, em árabe), que o agarrou com força e lhe disse em árabe “iqra”, por três vezes, que quer dizer: “Recite! Em nome do Senhor.”. Nessa experiência, Maomé teria recebido o capítulo (sura) 96.1-6 do Corão, transmitido por Gabriel.
A partir daqui, inicia-se o ministério profético de Maomé na cidade de Meca, que iremos tratar no nosso próximo texto.
BIBLIOGRAFIA
GUIA DE ESTUDOS; Apologética Cristã ao Islamismo; UM3 – Universidade Missão Mundo Muçulmano; LINGEL, B. Joshua; “A vida de Maomé – Parte 1”.
ISLAMISMO, a grande Batalha espiritual para evangelização nos fins dos tempos; AL- SALAM, Tariq; “O Profeta Maomé”.
SIRA; HISHAM, Ibn; 833 d.C. Biografia de Maomé.