Por Joshua Lingel

Três meses após os acontecimentos de 11 de setembro, sacerdotes muçulmanos (chamados de “imams”) relataram cerca de 34000 conversões ao islamismo nos EUA (quatro vezes mais do que a média normal durante um período de tempo equivalente). Desde 1980, de um milhão de imigrantes que adentram o país a cada ano, 14% provêm de 60 diferentes nações muçulmanas. Nos EUA, o islamismo é a religião que mais cresce e a segunda maior em número (estima-se que hoje, os muçulmanos sejam em número entre 6 a 8 milhões de pessoas em todo o país – o dobro do estimado há dez anos, ultrapassando o judaísmo – 5,7 milhões de pessoas). Pode-se ver, assim, que não vencemos a guerra contra o fundamentalismo no Afeganistão, mas tão somente uma batalha militar.

É surpreendente para muitos de nós que meio milhão de iranianos vivam no sul da Califórnia, que 250.000 iraquianos morem nos EUA, que Chicago conte com 350.000 muçulmanos entre seus habitantes ou que em Nova Iorque (que tem o dobro de habitantes de Chicago e da Filadélfia), o número de famílias muçulmanas tenha quadruplicado durante os últimos 20 anos. Um dado governamental informa que, por volta do ano 2020, a maioria dos centros urbanos será predominantemente muçulmana e que tal fenômeno se espalhará para outros setores da sociedade.

A maior parte dos convertidos ao Islamismo nos EUA é formada por afro-americanos (85% dos convertidos), num total de 2 milhões de pessoas, sendo que cerca de 80% deste grupo cresceram em igrejas cristãs. Entretanto, as conversões ao Islamismo não ocorrem somente entre os afro-americanos: pessoas brancas que têm se convertido ao Islamismo chegam aos 100.000 e aumentam em número a cada dia (80% das conversões entre as mulheres são atribuídas ao casamento). Uma nova pesquisa sugere que muitos coreanos e hispânicos estejam se convertendo na região sul da Califórnia.

Mais da metade das mesquitas nos EUA foi construída entre 1980 e os dias de hoje, numa média de uma por semana. Há mais de 1.400 mesquitas, 165 escolas islâmicas, 426 associações e 90 publicações islâmicas.

Os Estados Unidos se tornaram um Centro Intelectual do Islamismo, com muitos estudantes imigrando para o país no objetivo de concluir cursos de doutorado em Islamismo e, mais frequentemente, nas ciências mais complexas. Estima-se que, a cada ano, haja cerca de 100.000 estudantes muçulmanos nos Estados Unidos. Uma razão importante para a postura “politicamente correta” e desprovida de crítica por parte das universidades norte-americanas com respeito ao islamismo (oponente ao cristianismo), é que os departamentos de tais universidades são coligados com muçulmanos ortodoxos (ou com seus simpatizantes) e são frequentemente financiados por dinheiro saudita. Na Universidade de Harvard, enquanto muitos estudantes da Universidade de Biola hesitam em por os pés no departamento de “religião” cristã, pode surpreender-nos o fato de que haja uma cátedra de Direito Islâmico chamada “Protector of the Two Holy Mosques” (Protetor das Duas Mesquitas Sagradas). Na altamente prestigiada e crítica School of Oriental and African Studies – SOAS (Escola de Estudos Orientais e Africanos), na Universidade de Londres, dinheiro saudita comprou duas cátedras por um “pequeno preço” correspondente ao preço de um prédio que é equivalente em tamanho ao prédio já existente da escola.

Um campo majoritário de recrutamento para o Islamismo Fundamentalista são os campus de universidades norte-americanas, entre grupos bem conhecidos como a Associação Muçulmana Estudantil, com 150 núcleos no país, todos fundados por diversos grupos que são familiares para muitos de nós. Hiezbolah, Hamas, Jamat-i-islami, Fraternidade Islâmica, Takfir wal Hijra (responsável pelos ataques ao World Trade Center), todos têm programas estudantis ativos em faculdades por todos os cantos dos Estados Unidos. Um analista sênior do Departamento de Estado relata um orçamento alocado de cerca de 500 milhões de dólares (investimento feito por parte de nações formalmente muçulmanas) tendo como objetivo o renascimento do islamismo, do qual os grupos citados há pouco se beneficiam diretamente. A falta de liberdade em seus países torna os Estados Unidos um lugar ideal para se associarem e se organizarem antes de retornar a seus respectivos países, caso esse retorno ocorra algum dia.

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Em 1990 me senti desafiado por uma citação do apologista Ravi Zacharias, que estima que haja cerca de 20.000 apologistas muçulmanos treinados em todo o mundo hoje. Quantos cristãos conhecemos que estão respondendo a esse verdadeiro desafio? E, creia-me, ser um missionário não quer necessariamente dizer que se tenha as habilidades de um apologista ou vice-versa. Certa fonte de informações diz que, somente no Paquistão, 200.000 estudantes (com idades entre oito e trinta anos) estudam e concluem seus estudos em escolas religiosas islâmicas ultra-conservadoras todos os anos (com oito horas por dia de aulas sobre o Corão e as Tradições Islâmicas, durante oito anos de curso) suficientemente hábeis para questionar a maioria de nós na Igreja de hoje, sem dificuldades, a respeito da autenticidade da Bíblia. Os heróis destas crianças e jovens são homens como o egípcio Sayyid Qutb, Bin Laden ou Turabi (do Sudão). Tenho percebido que o número de defensores articulados e apaixonados pelo Islamismo tem crescido exponencialmente ao longo dos últimos anos (basta assistir à CNN). Se minha leitura das literaturas muçulmanas está correta, sua organização e coesão política têm gerado recursos e capacidades financeiras e intelectuais (e mesmo subversivas) ainda não vistos. Tecnologicamente, eles somam, em termos missiológicos (Daiwa) na internet, mais de 300 websites muçulmanos de discussão e resposta ao Cristianismo, segundo estatísticas conservadoras. Hoje, existem cerca de 12 websites cristãos de discussão e resposta ao Islamismo (dos quais apenas dois servem para alguma coisa proveitosa). Isso sem falar o resto do mundo muçulmano. O que estamos fazendo para treinarmos a nós mesmos, nossas igrejas e jovens para enfrentarem este desafio?

Somente um por cento de todos os missionários cristãos parte para ministrar diretamente à muçulmanos ao redor do mundo (cerca de 1.800 missionários no total). Isso quer dizer um missionário para 550.000 muçulmanos. Isto é o equivalente a contarmos com cerca de 3 igrejas e pouco mais de 300 pastores para evangelizar toda a população do Brasil. Para cada Mórmom que você já encontrou, há cerca de 130 muçulmanos no mundo. Isso representa dispormos de uma igreja em São Paulo, outra em Recife e outra em Manaus, por exemplo, para podermos ir a um culto de domingo de manhã. Existem, por exemplo, mais missionários no Alaska e três vezes mais no Quênia (país africano de maioria cristã) do que em todos os países de maioria muçulmana localizados na Janela 10-40.

Como poderemos terminar a Grande Comissão se a Igreja não voltar definitivamente seus recursos (pessoas, orações, emoções, pensamentos, finanças, sangue) para terminar o que ainda resta por fazer em nosso ministério ao redor do mundo? Se a Coca-Cola pôde alcançar todas as nações do mundo em cem anos, por que nós não pudemos alcançar o mundo com o Evangelho em dois mil anos? Talvez seja pelo fato de que eles sejam mais comprometidos com sua missão do que nós somos quanto à nossa. É nosso dever orar por missionários nas linhas de frente, encorajá-los e sustentá-los. Devemos reconsiderar nossas prioridades, como temos vivido nossas vidas, nossas vocações e juntemo-nos a nosso Deus e a nossos irmãos no único campo de batalha que realmente importará no fim de tudo.

A violência prevalente que tem ocorrido entre os Estados Unidos e o Oriente Médio é uma total e vergonhosa tragédia. Pior tragédia ainda é que tal polêmica tem sido tratada como sendo uma questão de “Democracia X Islamismo”. Antes que você apoie a causa errada, pense nisso: por que a maioria das pessoas tem buscado mais intensamente informações a respeito do islamismo nos últimos anos do que nos anteriores? Seria porque amamos os muçulmanos? Sejamos honestos, estamos interessados em “Jihad” e, em verdade, não estamos querendo ser mortos por um de seus militantes. A despeito das por vezes obscuras relações entre a política versus a religião, pergunto: onde está a Igreja? Onde está a Luz? Por favor, ore por seriedade em nosso compromisso com Cristo em alcançar o mundo muçulmano com o Evangelho de Jesus. Ponderemos e oremos fervorosamente por nossa instrumentalidade e fidelidade para com Deus e por amor para com os mais de um bilhão e meio de muçulmanos, para que nos tornemos capazes de cumprir nossa tarefa e nossa paixão. Da próxima vez em que você vir um homem ou mulher muçulmanos, sejam eles um doutor ou um frentista em um posto de gasolina, não pense que alguém com dons e treinamento especiais em evangelismo e missões é a pessoa responsável para alcançá-los. Deus escolheu você. Que Deus o conduza a alcançar muçulmanos em sua vizinhança, sua cidade, seu próprio país e nos diferentes países ao redor do mundo. Isto pode fazer uma grande diferença na Eternidade. Entreguemo-nos ao Senhor com tal disposição. Por favor, mantenha isto em suas orações.

Quando penso naqueles 19 jovens que conduziram quatro aviões contra alvos específicos nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 (muitos deles viviam no país já há muito anos), me pergunto: quão grandiosa mudança haveria ocorrido na História caso estes jovens houvessem tido um contato com você? Eu desejo profundamente que outros jovens como eles possam experimentar o amor de Cristo através de você hoje.

*artigo escrito três meses após os incidentes de 11 de setembro de 2001, nos EUA.

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