Por Ismael Empke

A primeira revelação de Maomé aconteceu quando ele tinha 40 anos e estava meditando em uma caverna nas redondezas de Meca, em Hira. A prática de meditação era comum a Maomé. É relatado nas tradições islâmicas que o anjo Gabriel (o mesmo anjo que revelou para Maria que ela estava grávida de Jesus) apareceu para Maomé e o ordenou que “lesse”. O anjo o agarrou com força e lhe disse em árabe “iqra” ou “Recite! Em nome do Senhor”. Maomé se sentiu perturbado com tal evento e chegando à casa relatou a Khadijah tudo o que havia acontecido. Ela o fez sentar-se sobre sua perna esquerda e perguntou se ele tinha visto um anjo, ao que ele disse “sim”. O gesto foi repetido, Maomé sentou-se na perna direita de Khadijah e a resposta foi afirmativa novamente. Então, Khadijah se despiu na frente de Maomé e repetiu a pergunta, novamente a resposta foi positiva. Foi assim que Khadijah acreditou em Maomé e o convenceu de que ele era um profeta e que ele havia visto um anjo. As revelações continuaram, e sempre que o suposto anjo Gabriel aparecia a Maomé, ele sofria acessos de raiva, ataques de ódio, espumava pela boca e ficava ensopado de suor. O próprio Maomé, segundo a biografia, se dizia perturbado por essas experiências.

Seus primeiros seguidores foram os seus familiares. Khadijah foi a primeira adepta; então, o sobrinho de Maomé, Ali, e um escravo chamado Ziad também creram. Curiosamente, Maomé manteve em segredo sua nova religião por 3 anos. Foi então que Allah, o deus islâmico, ordenou a Maomé que se tornasse pública. A partir do momento em que as suas revelações se tornaram públicas, Maomé viveu mais 12 anos em Meca, e sua pregação neste período tinha a ver com moralidade. Era permitido adorar a 3 deusas pagãs em sua nova religião. Mais tarde, sua mensagem se tornou estritamente monoteísta e não mais se permitiu adoração a essas 3 deusas pagãs. Com isso, seus seguidores entraram em conflito com os pagãos de Meca, o que gerou sérios problemas aos muçulmanos. Maomé contou com o apoio de sua própria tribo – os Quraish – por causa do seu tio Abu Talib, que o adotou, e que convenceu sua tribo a apoiá-lo. Mas, depois da morte de Abu Talib, grande oposição se levantou contra Maomé. Meca era uma sociedade tribal, então os indivíduos eram protegidos por suas tribos. Ao se converterem ao Islã, os indivíduos perdiam a proteção de suas famílias e clãs. O sentimento de vulnerabilidade deu origem a uma crise na comunidade muçulmana. Por isso, Maomé buscou apoio fora de Meca. Ele viajava em feiras livres proclamando o seu ministério profético aos que paravam para ouvi-lo. Maomé obteve certo sucesso em uma cidade chamada “Medina”, que, antes da chegada do Islã, se chamava Yathrib. Com o cerco se fechando em Meca, Maomé se viu sem escolha e juntamente com seus seguidores, migrou para Medina. Essa viagem ficou conhecida como a “Hégira” e, a partir desta data, deu-se início ao calendário islâmico.

Write a comment:

*

Your email address will not be published.

© M3 - Missão Mundo Muçulmano
Topo
Redes Sociais: