Por Tacila Belas
A mídia tem noticiado muito sobre o Estado Islâmico com notícias trágicas e, com isso, acabamos tendo uma visão equivocada sobre os muçulmanos e nos afastamos. Mas, a verdade é que esse povo precisa ser alcançado pelo evangelho da salvação de Jesus Cristo e nós precisamos ir até eles.
A falta de informação e conhecimento sobre o Islã tem deixado estudantes de teologia e líderes sem os objetivos corretos para lidar com os muçulmanos. Muito pouco se sabe sobre a cultura e a fé que professam. Nos estados islâmicos, as crianças são educadas em sua cultura e fé desde muito novas. Por isso, têm crescido fortes naquilo que creem e disseminando por todas as partes, chegando ao Brasil. Não cabe a nós culpá-los por algo que lhes foi ensinado de berço. Mas, um dos desafios hoje tem sido educar cristãos em como evangelizar muçulmanos e apresentar a eles um caminho à luz.
De acordo com dados divulgados pela Missão Mundo Muçulmano – M3, os muçulmanos são o maior povo não alcançado do mundo. A falta de conhecimento e investimento da igreja é tão grande que estima-se a existência de apenas um missionário cristão para cada 420.000 muçulmanos, ou seja, o equivalente a 2% de toda força missionária no mundo.
Hoje, o Brasil abriga cerca de 2 milhões de muçulmanos, boa parte deles, antes de se converterem ao Islamismo, eram cristãos católicos ou protestantes, fazendo da religião o maior desafio enfrentado pela igreja.
Nesse intuito, a Universidade Missão Mundo Muçulmano – UM3 tem como foco treinar e preparar cristãos para evangelização de muçulmanos e discipular ex-muçulmanos convertidos a Cristo. O diretor operacional, Carles Bernardes, nos conta que a maior dificuldade hoje na evangelização de muçulmanos é a falta de preparo da igreja para isso. “A maioria dos cristãos não se interessa por medo e falta de conhecimento.”, afirma.
Ismael Vinícius Empke, de São Paulo, nos conta que nunca soube nada muito a fundo sobre o povo muçulmano, mas que sempre teve curiosidade. “Eu os achava um povo ignorante e a religião deles sem lógica, mas a gente vê que existe uma construção, não sólida como o Cristianismo, que é a verdade, mas hoje eu consigo ver como eles enxergam o mundo, ser tolerante e saber conversar com eles.”, conta. Para Geisiane Amorim, também de São Paulo, com a influência da mídia, quando ouvia sobre mulçumanos, só pensava em morte, bomba e intolerância. “Após os módulos, tudo mudou. Não possuo a mesma imagem de morte e terrorismo, e sim um povo que precisa de Deus. Hoje, compreendo a visão que eles têm e o que eles aprendem. Não consigo olhar com a mesma forma.”, completa.
Já Daniel Hahner, de Foz do Iguaçu, no Paraná, conta que veio de uma igreja que sempre teve muita preocupação com a parte missionária, realizando programas específicos em parceria com a Missão Portas Abertas, e ele sempre ouviu algo a respeito do povo muçulmano. “O módulo da UM3 abriu meus olhos para a realidade do mundo de hoje, porque às vezes parece algo muito distante. Mas, trata-se de uma sociedade como pode ser a nossa, mas o que rege não é a mesma coisa que a nossa. Eu sou do Paraná, e em Foz do Iguaçu já tem muitos muçulmanos, e o turismo lá é feito por eles, ou seja, essa realidade está muito mais próxima do que possamos imaginar. Eu não tinha opinião formada sobre o Islã (além do terrorismo), apenas algumas observações. Eu não tinha as respostas que eu deveria saber como Cristão sobre uma religião que tem dominado o mundo.”, explica.
Ainda de acordo com o diretor operacional, Carles Bernardes, o objetivo da UM3 tem sido alcançar inicialmente líderes e pastores, pois por meio deles é possível trazer a igreja junto. “Mas o que tem acontecido é que os líderes e pastores não têm entendido a relevância desse tema.”, explica.
A UM3 possui, atualmente, quatro cursos dublados em português. Dentre o perfil dos estudantes estão os vocacionados, pessoas que têm uma compreensão maior do chamado missionário e entendem a necessidade dessa preparação.
“Hoje, nós treinamos no CTMDT, MAIS e JOCUM e percebemos que a maioria desses missionários e seminaristas não sabem nada sobre o povo muçulmano, e nós queremos chegar até essas pessoas. Desde a primeira matéria, os alunos saem muito transformados com as informações que recebem.”, afirma Carles Bernardes.
No Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono – CTMDT, a UM3 tem ministrado aulas desde o ano de 2013, uma parceria de sucesso com um único objetivo: o alcance do povo muçulmano.
Sobre a UM3
A M3 foi fundada em 2007, em 2013 nasceu a UM3, que hoje alcança os polos de Criciúma – SC, Campo Grande – MS, Natal – RN, Belo Horizonte – MG e João Pessoa – PB.
