Estado Islâmico sequestrou ao menos 70 cristãos na Síria, dizem ONGs
Segundo informação do jornal Folha de S.Paulo, a milícia radical Estado Islâmico sequestrou ontem, segunda-feira (23), pelo menos 70 cristãos de vilarejos da província de Hasakah, no nordeste da Síria, segundo as ONGs Observatório Sírio de Direitos Humanos e A Demand For Action
A região, de maioria curda, fica na fronteira com o Iraque e é um dos principais pontos de confronto entre os extremistas e os combatentes curdos nesta semana. Na segunda (23), a área foi alvo de bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
Segundo as entidades, os assírios foram sequestrados nos vilarejos de Tal Shamiran e Tal Hermuz no fim da madrugada, em uma ação que terminou com a dominação de dez povoados de maioria assíria na região do rio Khabur.
O líder da organização A Demand For Action, Nuri Kino, disse que entre 70 e 100 assírios foram capturados pelos extremistas, enquanto outros 3.000 moradores da região conseguiram fugir e buscaram abrigo nas cidades de Hasakah e Qamishli.
Kino disse ter ouvido a versão de sobreviventes que chegaram às duas cidades nesta terça-feira (24). Para o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, foram 90 os assírios sequestrados em Tal Shamiran e Tal Hermuz.
Nenhuma das duas entidades sabe para onde foram levados os reféns. Nesta terça, a rádio Al Bayan, ligada ao Estado Islâmico, disse que os extremistas “prenderam dezenas de cruzados e tomaram dez vilarejos após confronto com soldados curdos”.
Cruzados é a forma usada pela milícia radical para se referir aos cristãos e aos ocidentais. Nos últimos meses, a facção matou centenas de reféns, incluindo ocidentais, militares e combatentes curdos, em países do Oriente Médio e do norte da África.
Na semana passada, integrantes de uma célula do Estado Islâmico na Líbia anunciaram a decapitação de 21 cristãos coptas do Egito, o que levou a bombardeios do Exército egípcio.
Em agosto, os extremistas sequestraram centenas de membros da etnia yazidi no norte do Iraque que, em sua maioria, foram mortos, vendidos ou trocados por combatentes curdos e cristãos ou soldados sírios e iraquianos.
Fonte: Portas Abertas