Houthis invadem centro de Aden
Membros de grupo rebelde xiita são acompanhados de militares leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh
SANAA — Uma unidade de rebeldes houthi e aliados apoiados por tanques invadiu o centro de Aden, o principal reduto de combatentes leais ao presidente Abd-Rabo Mansour Hadi nesta quarta-feira, afirmaram testemunhas, apesar de uma semana de ataques aéreos por forças da coalizão liderada pelos sauditas. Os assessores de Hadi expressaram alarme.
— O que está acontecendo agora será um desastre para Aden e seu povo, se Aden cair — afirmou Reyad Yassin Abdulla disse à TV Al Jazeera.
A aliança de Estados árabes e sunitas do Golfo também atacou os houthis a partir do mar, mas o avanço dos rebeldes em direção à cidade portuária do Sul tem sido implacável.
— Podemos dizer que, após uma semana de bombardeio sobre o Iêmen os agressores não conseguiram nenhum resultado. As vitórias em Aden hoje embaraçaram esta campanha e silenciaram os Estados agressores — afirmou o porta-voz houthi Mohammad Abdulsalam à al-Maseera, rede de TV da milícia.
Perguntado sobre sua reação, um porta-voz militar saudita disse que as forças houthi estavam em Aden antes da aliança começar sua campanha em 26 de março e tinha travado batalhas diárias contra o povo da cidade. Sempre houve a possibilidade de que tanques fossem usados, disse ele, sem dar mais detalhes.
Os houthis, com o apoio vital de unidades do Exército leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, emergiram como a força dominante no Iêmen depois de tomou a capital há seis meses e agora controlam grande parte do país.
Residentes de Aden disseram que viram grupos de combatentes transportando lança-granadas e acompanhados por quatro tanques e três veículos blindados no distrito de Khor Maksar — parte de uma faixa de terra que liga o centro de Aden ao resto da cidade.
Muitas pessoas fugiram da área e alguns estavam tentando entrar em um navio deixar o porto.
Mais cedo nesta quarta-feira, dezenas de combatentes foram mortos em confrontos entre combatentes houthi e seus aliados do Exército de um lado, e milicianos e membros de tribos locais em torno de Aden e em outros lugares no sul do Iêmen, disseram testemunhas e fontes da milícia.
A UNICEF disse que pelo menos 62 crianças foram mortas e 30 ficaram feridas nos confrontos durante a semana passada. As Nações Unidas afirmaram que um ataque a um campo de refugiados no norte do Iêmen, que os médicos atribuíram a um ataque aéreo, violou leis internacionais.
Fonte: O Globo