ONU teme expansão do Estado Islâmico para o Afeganistão

Enviado das Nações Unidas afirma que recrutamento de pequenas milícias e aumento de atividades são preocupantes.

NOVA YORK – O Conselho de Segurança da ONU fez um alerta nesta quinta-feira para a expansão do Estado Islâmico para o Afeganistão. As Nações Unidas temem que pequenos grupos radicais islâmicos possam se fundir e formar uma célula no país, que tem como principal ameaça os também sunitas do Talibã. Comandantes do grupo foram mortos por ataques aéreos americanos no país no último mês.

— A presença do grupo é preocupante, mas a participação dele em território afegão não se deve tanto à função intrínseca na área, mas ao potencial dele de oferecer uma alternativa para outros grupos insurgentes isolados possam se manifestar — relatou, antes de acalmar os ânimos e dizer que os jihadistas “ainda não estabeleceram raízes profundas”.

Testemunhas afegãs viram no início do ano bandeiras do EI substituindo antigas bandeiras do Talibã em diversos pontos do país. Em janeiro, militantes do grupo afegão relataram que outros insurgentes estabeleceram contato com o autoproclamado califa da organização, Abu Bakr al-Baghdadi, e representantes das Defesas americana e afegã reconheceram que havia recrutamento do grupo no país. Até mesmo foram relatadas milícias ex-extremistas que querem combater os radicais jihadistas.

Revelou-se recentemente que o Estado Islâmico movimenta anualmente cerca de US$ 1 bilhão traficando heroína produzida em áreas do Talibã no Afeganistão.

Drones americanos mataram recentemente Hafiz Waheed, um comandante do grupo em solo afegão, assim como haviam feito com um tio seu que era comandante do Talibã e chegou a ficar preso em Guantánamo.

O EI tem territórios na Síria e no Iraque, e o Afeganistão é separado do país do ex-ditador Saddam Hussein pelo Irã. De maioria xiita, Teerã teme que uma expansão do grupo possa significar ataques ou até uma invasão em seu território.

Uma nova onda de violência marcou o Afeganistão em 2014, sendo este o ano mais violento desde 2009. Quase 3.700 civis foram mortos no país, denunciou a ONU. Atualmente, o governo americano mantém 10 mil soldados no país, e gradualmente reduzirá a quantidade até o fim da presença em 2016, ao final do segundo mandato de Barack Obama.

A organização jihadista atualmente tem contribuído para uma escalada no terror na Líbia com sua filial, além de ter aprovado uma cooperação com o Boko Haram na Nigéria.

Fonte: O Globo

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